domingo, 14 de março de 2010

Flash mob

Uma nova forma de comunicação artística ou uma “Maria vai com as outras” pontocom? O fato é que a onda de flash mobs – algo como mobilização relâmpago – invadiu as principais capitais do mundo. Organizados por e-mails, os mais comum são as listas de discussões do yahoo groups, jovens marcam aparições relâmpagos em um determinado local, executam uma encenação lúdica – como comer uma banana em uma lavanderia - e somem na multidão. O propósito é não ter propósito.“Acho que o que fascina nesse tipo de coisa é o inusitado, participar de algum movimento [sem conotação política ou social] que é organizado com o simples objetivo de causar alguma surpresa em algum ponto da cidade. Estamos tão acostumados com nossa rotina que fiquei interessado em fazer algo que quebre totalmente isso”, conta o estudante Leandro Meireles Pinto, que participa de uma lista de discussão na web sobre o tema.
Primeiro flash mob do Brasil tevepés descalços e ode ao MP3O primeiro flash mob no mundo foi realizado em Nova York, há pouco mais de um mês e organizado por um internauta chamado Bill. Cerca de 100 pessoas entraram no 9º andar da loja Macy´s, localizada no centro de Manhatan, e ficaram apreciando os tapetes expostos à venda no local. Do mesmo modo que eles apareceram na loja, a multidão se separou. A ação foi noticiada em blogs (diários virtuais) na Internet e ganhou escala. Em 13 de julho, o número de incidências da palavra “flash mob” no site Google, maior site de busca da Web, era de 1,21 mil. Um mês depois, em 13 de agosto, a mesma busca registrava 46,1 mil urls com o termo. A febre possui um glossário e até um “manual” de iniciação ao movimento na internet. O site www.flashmob.info define as principais termos usados pelo mobs como “squealy” sendo alguém que não entendeu o movimento e resolveu avisar as autoridades. Ou o “moberator”, que seria o organizador e artistas por trás do movimento.A popularização do flash mob também originou uma linha do tempo do movimento. Segundo o criador, em setembro os eventos contariam com a presença de camelôs vendendo camisetas com as palavras: "Meus pais participaram de um mob e tudo que ganhei foi essa camiseta porcaria". Em novembro, aparecem os primeiros mobbings patrocinados e, em dezembro, revistas estréiam com anúncios para dezenas de itens da cultura flash mob. A morte acontece em abril de 2004, com um documentário "A Mighty Mob" ("Um Possível Mob") sobre a era de ouro do movimento. Enquanto a linha do tempo sugerida ainda não se concretiza, existe um grupo de pessoas que estão planejando uma versão ao contrário do movimento, apelidada de antimob. Ao invés de reunir pessoas em um lugar para um período breve de tempo, o projeto do antimob procura explorar o vazio. O terminal da Estação Central, em Nova York, sem ninguém às cinco horas da tarde em um dia útil é um dos exemplos sugeridos pelo grupo na lista de discussão no Yahoo.

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